_ Um bebê? Um monstro. É uma alma profana, vou mandá-la de volta ao inferno que é o seu lugar.
Foram as palavras ditas por Frollo ao ver Quasimodo (por ele denominado) pela primeira vez. Quasimodo que em seu sentido mais estrito, quer dizer metade formado, o que me leva a uma triste comparação a uma anomalia mais comum do que se imagina no mundo.
A anencefalia consiste na má formação do sistema neural, diagnosticada geralmente entre os primeiros meses de gestação, mais precisamente entre o 16 e o 26 dia, intercalando-se com o pré-natal. Ao ser identificada a irregularidade congênita, muitos pais optam pelo aborto, o que para muitas pessoas é considerado uma atrocidade, mesmo levando em conta a dificuldade de sobrevivência da criança.
A criança anacefala, na maior parte dos casos não resiste aos primeiros meses de formação no útero da mãe, e falecem. No caso das que resistem até o nascimento, tem óbito logo após o parto ou em algumas horas. Existem casos raros de crianças que sobrevivem alguns poucos meses.
O motivo dessa dificuldade de sobrevivência está centrado no referido problema. A anencefalia em oposto ao que muitos pensam, não é a ausência de encéfalo, e seu nome é mais um termo técnico por significar “sem cérebro” o que também não pode ser considerado por todo correto. A criança apresenta ausência do cérebro e do cerebelo, e em parte dos casos, também do tronco cerebral. No caso da criança que tem a omissão do tronco, é privada dos reflexos naturais e involuntários como batimentos cardíacos e respiração além de determinados movimentos, o que faz com que pereçam mais rápido.
A percentagem de crianças com esse distúrbio genético no Brasil é de uma a cada mil nascidas. Pela insuficiência de reflexos naturais, a criança não consome o liquido amniótico, acumulando – ó no útero da mãe. Esse é o único problema neste tipo de gestação. Entretanto a sociedade está disposta a todo custo de achar um motivo para legalizar o aborto em casos de anencefalia, já que o aborto no Brasil só é permitido em casos de estupro ou quando a gestação oferece riscos à mãe.